terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vazio

Percebi este final de semana o quanto nos, seres humanos, nunca estamos satisfeitos com absolutamente nada. Vejam minha situação, em meu lugar favorito do mundo (Rio das Antas), andando de barco, clima agradável, vento no rosto, eu deveria estar satisfeita, mas simplesmente não estava. Por mais que eu quisesse me convencer de que não havia como melhorar eu sabia que havia um jeito, e esse tiquinho que falta serve pra fazer com que, mesmo tendo mais do que necessário, pareça que não temos nada, levando um vazio desagradável consigo.
Novamente falando de vazios, mas não é vazio vazio, vazio seria tirar zero numa prova, o meu vazio é tirar cinco. É algo novo para mim, é simplesmente saber que sou mediana no quesito felicidade e saber que para ultrapassar os parâmetros eu preciso de algo que não tenho. Vida cruel? Não concordo, temos muito mais do que precisamos para a nossa felicidade, é só se conformar com o que temos e “deixar a felicidade entrar”, o que nunca é fácil pois estamos acostumados a querer, e isso me impediu de ser feliz, de aproveitar por completo a minha tarde, impediu bilhares de pessoas a fazerem bilhares de coisas. O que sempre me surpreende é que, nos nós impedimos de fazer, a culpa não é do “mundo” (e quando digo mundo, incluo também as desculpas a seres específicos como “Não me diverti na festa por causa do João [também conhecido como fulano ou cicrano]”), mas sempre decidimos culpar o fulano, é tão mais fácil do que dizer “Podia ter me divertido na festa mas fiquei me importando com João (sim, o cicrano)”.
Mas com isso onde é que vai parar nosso orgulho? Preferimos ser infelizes do que deixa-lo de lado, e acabo por dizer a nossa raça inteira (me incluindo ai), BEM FEITO, merecemos a infelicidade, mesmo que não a queiramos, a chamamos e sempre há algo que possamos fazer a respeito mas raramente algo que nos proponhamos a fazer a respeito.

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