quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Os distantes moscavalos

Não é nenhum tipo de surpresa o porquê deixei de escrever, primeiramente recorremos para a falta de tempo, sempre falta tempo, sabemos que não é esse o problema. O real problema é, onde estariam estes ditos problemas? Acabaram todas as coisas que tínhamos para reclamar?
Somos humanos e com isso tenho que complementar, sempre teremos sobre o que reclamar, mas agora aqueles velhos motivos que viravam palavras e mais palavras se vão, não merecem tanta atenção assim.
E estando assim, tão escassas as idéias, hei de roubá-las. Roubá-las de um gênio, de um louco, de uma menina que visitou um mundo com moscavalos e borboleteigas.

 “-Como faço para entrar? – Alice perguntou de novo, mais alto.
-Mas, afinal, você deve entrar? – disse o Lacaio – Esta é a primeira pergunta.
Era, sem duvida: só que Alice não gostou que lhe dissessem isso.
- É realmente espantoso – murmurou consigo – Como todas as criaturas brigam. É de levar a gente a loucura!
O Lacaio pareceu ver nisso uma boa oportunidade para repetir seu comentário, com variações.
- Vou ficar sentado aqui – disse – Ora sim, ora não, por dias e dias.
-Mas o que devo fazer? – perguntou Alice. - O que quiser- respondeu o Lacaio e começou a assobiar.”

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll

domingo, 4 de setembro de 2011

Doom da da di da di doom

Não importa quanta certeza se tenha de quem se é, algum dia simplesmente se acorda e você não é mais exatamente o mesmo. Você percebe que, de um jeito ou de outro, o seu interior vai mudando, você não gosta de algo porque alguém gosta de algo, você gosta daquilo porque alguém que você ama gosta. Quem sabe seja uma grande besteira, mas nunca pensei em voltar a ser tão feliz, liberar todos os gostos reprimidos por pessoas que tentei ser e me achar assim, “idiotamente” assistindo Rei Leão. É engraçado voltar a ser assim, grossa e meiga, dando um belo bom dia, sujando o nariz de sorvete e chamando de quenga(o). Será que é depender de outros para a própria felicidade? Mas, e nos momentos que ela não está presente, mesmo assim sinto a felicidade, tanto de sua presença em minha mente quanto de simplesmente ser livre. No fim das contas, continuarei a cantar musicas felizes até que minhas cordas vocais ou coração permitam. Depois eu cantarolo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Eternidade de sorrisos

Vidas esperando a morte, insanidade de um ritmo desenfreado, falta água, falta luz, falta amor. E no meio da decadência de um mundo não encontrado (e um tanto quanto perdido), vejo um sorriso. Não um sorriso de canto de boca, não um sorriso de pêsames, um sorriso do jeito que deve ser, e este me alimenta até a eternidade.
Mas a eternidade só pertence aos que nunca findam, não a mim ser mortal, logo minha carne putrefaria por tanto existir. Não me é pessimista pensar na morte como fato certo, mas pensar naqueles que amo, naqueles os quais eu dividiria a eternidade, estes não irão, não morrerão, o tempo e os vermes nunca poderão levá-los embora, são eternos.
No fim das contas, a vida é uma eternidade que acaba quando a vida finda e, se minha intenção fosse fazer poesia, poderia dizer que a vida é linda, mas a beleza é ilusão. Ninguém ama pelos olhos, tampouco pelo coração, já foi dito que as paixões eram regidas pelo fígado, hoje não acredito mais nas invenções que criamos para o “difícil de entender”, mesmo brutesco e frio, amo com a cabeça, o cérebro, com a mente e a razão, é impossível entregar seu coração a alguém, mas inevitavelmente haverá um dia em que muitos dos seus pensamentos serão utilizados para pensar no mesmo ser humano, no mesmo sorriso.


[Trecho do Livro 'A Máquina']
Seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou.
Adriana Falcão

domingo, 31 de julho de 2011

Sonâmbulos Fanáticos

Quero viver nos meus sonhos. Sonhei que vivia na praia, sonhei que tinha uma guitarra, e daí se alguns dentes caiam? Sonhei que tinha uma foca! Viver onde não há noções de tempo, onde dias passam em segundos. Onde não há lei da gravidade e você possa correr tão rapidamente que não toca mais os pés no chão. Onde não haja distâncias e que se por um instante você estiver em um lugar, você apareça rapidamente e normalmente em outro, sem que hajam maiores preocupações.
Um mundo onde eu possa ver uma arvore de caramelos e não duvidar que seja real, onde eu ouça fatos e não duvide de sua veracidade. Onde eu possa responder “sim” a pergunta “Quer andar de unicórnio comigo?” ao invés de responder com outra pergunta “Você esta bem?”.
Seriam pesadelos melhores do que a vida real? Será que vale mais a pena viver entre sonhos e pesadelos ou simplesmente viver? Não seria vantagem conviver com monstros que possivelmente irão embora logo ao invés de aturar “monstros” que matam nosso bom humor diariamente?
É surpreendente o numero de respostas que podem ser dadas a perguntas das quais não temos mais do que uma real opção em nossas vidas. Mesmo que nos propusemos a viver no país dos sonhos não temos essa escolha em nossas vidas. É o mundo real ou o desconhecido, pouquíssimos escolhem pelo desconhecido (e são mal vistas pela sociedade depois de sua escolha). O desconhecido tenta a mente de alguns, que não vêem nele um grande medo. Os outros irão fugir dele por toda a vida até que sejam encontrados e levados para... Ninguém sabe onde.
Para alguns o desconhecido é o fim, para outros o começo, para outros mais nem mesmo existe. Não se sabe (por isso de des-conhece). A única coisa que sei é que se alimentam medos descomunais sobre julgamentos, sobre atitudes religiosamente corretas a se seguir sobre determinado assunto senão... Bem, alguns falam sobre inferno, outros falam que todos merecem o “reino dos céus”, Deus é bom, Deus perdoa, Deus existe?
Se os primeiros seres humanos acreditavam em sua existência, por que em determinados tempos da historia os pais teriam deixado de contar essa historia para seus filhos que contariam aos seus filhos? Toda uma geração esqueceu que Ele existe?
Minha resposta imediata seria “A geração não se esqueceu de contar nada, nós é que inventamos tudo isso depois.”.
Acredite do que quiser acreditar, só não venha querendo que o resto do mundo tenha a mesma cabeça fechada como acontece em muitas outras religiões. E por favor, não mate ninguém por não ver o mundinho que você vê.

Alguns ótimos pensamentos por mentes brilhantes clicando aqui.

domingo, 24 de julho de 2011

Dia Especial

Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
Acordei nesse mundo marginal
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
Me traz força pra encarar tudo

Dia Especial - Humberto Gessinger


Voltei.
E eu poderia parar por aqui, mas claro que não o fiz. Estou relativamente muito feliz, o verde ficou mais verde, o céu mais azul e o frio que se dane.
Outra fase falling in love, cantando no chuveiro, e sozinha, e enquanto digito, e quando olho pela janela, uma fase muito barulhenta pelo que posso perceber.
Simplesmente acho que agora é uma boa hora para um ponto final.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

20,5 KB e um pouco de ciúmes

Penso que ciúme nada mais é do que um estúpido egoísmo exacerbado onde buscamos a priorização do objeto em questão, nos vemos a todo instante ameaçados por qualquer coisa que aparece entre você e o tão sonhado objeto.
Novamente somos guiados por instintos, por algo que remanesceu em nosso cérebro vindo de um tempo muito remoto o qual qualquer coisa poderia ser mesmo uma ameaça, mas agora estamos numa sociedade moderna e às vezes é difícil não tornar-se primitivo novamente e seguir todos os impulsos cerebrais.
E percebe que por mais que o mundo nos exija mudança (as quais muitas fazemos), mudamos só o necessário para a sobrevivência, mudamos de celular, internet, computador, casa... Só não mudamos de hábitos, não mudamos de idéia. Não mudamos aqueles instintos, não fazemos nada a respeito, ou tentamos fazer e após uma ou duas tentativas frustradas voltamos ao que éramos, esquecemos a breve derrota e seguimos.
Percebo-me falando no plural, e, quem sabe, você leitor discorde de minhas idéias, e agradeço se esse for o caso. Sinceramente o mundo esta cheio de papel e lixo eletrônico, não precisa de mais um blog ou mais um site para encher a cabeça de alguém com palavras bem orquestradas. Mas se fizer pensar, se você realmente quiser pensar, nunca vai precisar ir muito longe, as pessoas tentam acordar umas as outras com novas idéias a todo o momento por todo o mundo, é só optarmos por parar ou não, pensar ou não, fechar a janela do site ou não.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Diz-me que sorrio demais e que não pode alguém ser tão feliz. Já parou pra se perguntar se a freqüência do meu sorriso é maior ao lado teu e que se me vês assim sorrindo na é por motivo outro se não poder assim, te olhar de perto, de ver a alma e ter a certeza de que realmente está aqui?

Luciana Donadeli - http://luciana-donadeli.blogspot.com/

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tribunais Internos

Não quero um texto para ser classificado como belo, apenas julgo estar errada me alto - sentenciando com um sentimento ruim, que aperta o coração, e mesmo que eu já tenha dito que não se ama com o coração, me vejo num beco sem saída ao senti-lo assim, tão cheio de culpa.
O pior é descobrir que se fez algo errado depois de fazê-lo, e mesmo que não haja tanta culpa assim nisso tudo, meu coração (sim, o coração) não se perdoa, e se ele falasse, olharia bem para o fundo de minha mente e diria irônico “você não disse que se ama pela cabeça? Pois bem, foi você que fez isso.”. O amor, que sempre esteve tanto na cabeça quanto no coração, pensa no quanto foi besta, e penso por um segundo em matá-lo, mas matar um amor implicaria a matar você de dentro de mim e não me vejo com forças suficientes para tanto e nem espero que um dia eu venha a tê-la.
Pouco a pouco me perdôo pelos erros que mesmo evitáveis agora são imutáveis, e percebo que nunca antes sentimentos como os atuais assolaram meu ser, nunca antes quis demonstrar nenhum sentimento, os mesmos me faziam sentir fraca, agora não quero parar por um segundo de dizer em alto e bom som palavras carinhosas. E mesmo isso me fazendo sentir vulnerável, eu te amo, e aparentemente isso basta.
E só o simples fato de ter falado contigo faz com que o tribunal que se formava em minha mente e que me considera culpada ache justo eu ficar em liberdade condicional por bom comportamento, por dizer tantas vezes o que sentia por ti, e mesmo tudo isso me parecendo demasiado meloso, é a realidade em que me encontro.
E aquele peso interno lentamente começará a sumir, já começou, vai apenas demorar algum tempo, inevitavelmente meus dedos tremerão até que isso acabe e meu estomago continuará com um nó, mas pelo menos acho que fui perdoada, agora só falta eu me perdoar por meus atos de insensatez.
E, para não sair do clichê por ser final de semana do dia dos namorados, o que eu poderia dizer além de um sincero “eu te amo” seguido de muitos advérbios de intensidade?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A felicidade, O fim, As faltas

Vidas esperando a morte, insanidade advinda de um ritmo desenfreado, falta água, falta luz, falta amor. E no meio da decadência de um mundo não encontrado (e um tanto quanto perdido), vejo um sorriso. Não um sorriso de canto de boca, não um sorriso de pêsames, um sorriso do jeito que deve ser, e este me alimenta até a eternidade.
Mas a eternidade só pertence aos que nunca findam, não a mim, ser mortal, logo minha carne putrefaria por tanto existir. Não me é pessimista pensar na morte como fato certo, mas pensar naqueles que amo, naqueles os quais eu dividiria a eternidade, estes não irão, não morrerão, o tempo e os vermes nunca poderão levá-los embora, serão eternos.
No fim das contas, a vida é uma eternidade que acaba quando a vida finda, e, se minha intenção fosse fazer poesia, poderia dizer que a vida é linda mas beleza é ilusão. Ninguém ama pelos olhos, tão pouco pelo coração, já foi dito que o fígado era responsável pelas paixões. Não acredito mais nessas invenções, mesmo brutesco e frio, amo com a cabeça, com o cérebro, com a mente, a razão, o instinto. E, mesmo que eu nunca venha a lhe dar meu coração, você já é dono de todos meus pensamentos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sol Poente

Cheguei a um momento em que não preciso enfeitar com palavras, não preciso aperfeiçoar com adjetivos e muito menos supor, inventar, parafrasear... Simplesmente cheguei num ponto onde não vejo mais necessidade de ver o mundo com outros olhos, o que vejo no momento é bastante recompensador.
E mesmo sabendo que a vida não é cor-de-rosa, vejo o sol se pôr em tons rosados, vejo que a vida pode ser doce, e, mesmo que meu texto possa ser comparado a de um suicida que finalmente dá valor a vida, percebo meu lugar, percebo os detalhes, vejo a vida e todas as mil e uma belezas, bla bla blá, você sabe do que estou falando.
Não vejo razão para encher um blog ou a cabeça de alguém com definições de amor, felicidade, etc. Todos sabem como se sentem e quem sabe ninguém sinta do mesmo jeito, mesmo que as situações sejam iguais.
Sinto-me novamente no clichê das palavras, como se nada disse fosse novidade (e não é), mas... As vezes é bom deixar-se cair no clichê, só para nos sentirmos mais humanos. Muitas vezes confesso que não queria sentir nada, absolutamente nada, principalmente expectativa ou ciúmes, ambos sempre acabam por deixar as pessoas neuróticas, mas você já sabe disso.
Afinal, o que você não sabe? O que há de novo nesse velho novo mundo? Eu sei que o que não sei é uma lista interminável de coisas, das quais a maioria provavelmente nunca irei aprender (e isso não é um pensamento negativo, mas quem sabe eu morra sem saber falar grego, quem sabe eu nunca irei fabricar um computador, é a vida).
Continuo no pôr do sol rosado vida, mas até quando? Até que a noite caia? Até que a escuridão nos assole? Até que minhas metáforas acabem?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Na Natureza Selvagem - Into the Wild

"Você sabe, falo de livrar-se desta sociedade doente... Sabe o que eu não entendo? Porque as pessoas, todas as pessoas, são sempre tão más umas com as outras. Não faz sentido. Julgamento. Controle. Todas estas coisas... De que pessoas estamos falando? Você sabe, pais, hipócritas, políticos, canalhas."

sábado, 23 de abril de 2011

Sonhando de olhos abertos

E aqui estou eu lá novamente, aqui o material do corpo preso à cadeira, preso ao momento, ao tempo presente que prende. Lá longe, antes do hoje e depois do amanhã, lá aonde o tempo e o peso não chegam, onde a distancia é desprezada, é lá mesmo que me encontro. Na verdade é lá que me perco, é lá que me vivo sem viver no presente. É lá que sinto enquanto parada apenas finjo, fantasio, imagino.
Mente distante, em lugar que não existe e não se pode alcançar, pois não se alcança o que não existe e não existe o que não pode ser alcançado, deste modo, o lugar onde me encontro (não eu, mas o pensamento), esse lugar não existe. Existe em mente, em ilusão de delírio, existe na inexistência, perfeição imperfeita de situações mais ou menos vividas, mais ou menos lembradas, mais ou menos inventadas...
É lá estou eu, posso ver-me (ou rever-me), nunca sozinha, nunca distante, enquanto aqui a matéria sozinha e distante imagina sua própria felicidade. E quebrando qualquer barreira de tempo, desprezando qualquer distancia, volto. Revejo as cenas, os rostos, as falas que já decorei como parte do script perfeito de um tempo que não veio (ou que se foi).
Nostalgia de um futuro que vem e vai, esperança de um passado que já viveu, um punhado de cartas imaginarias escritas, outros tantos versos em minha mente nunca ditos declamados, palavras nunca trocadas sendo ouvidas novamente num momento inalcançável (e, portanto, inexistente).
E o pensamento me trai, chamando a lembrança a cada instante, a qualquer vestígio de algo que possa despertar a memória, viajo novamente, volto e vou (vou e volto), a infinidade de possibilidades da mente me leva a infinidade de lugares, cada vez mais finitos pela falta de imaginação de quando se cai na rotina, mas mais finito ainda é a companhia, não por falta de imaginação, mas por excesso dela ao imaginar sempre aquela mesma pessoa que a memória tanto preza, tanto procura em todo o canto, em todo verso, fazendo com que de qualquer lugar surja a lembrança de uma situação existente até que se percam as linhas lógicas de raciocínio e da linha real do tempo, fazendo com que tudo que é real se vai, restando apenas corpo sorridente lembrando o que não existe, mas esperando que algum dia possa alcançá-lo, tornando-o existente.
De relance volto ao presente, volto ao agora, mas é só para sentir frio, apenas um breve lapso de realidade para depois voltar ao mundo inventado, que só pára quando a realidade supera minha expectativa, quando não há mais porque imaginar você por perto, pois já estamos perto. Mas relembro, não é agora que meu devaneio morrerá, continuo sozinha e distante, como no principio, continuo também com os mesmos pensamentos, continuo apenas, burlando a realidade, esperando o inicio.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Duplamente única

Sou frio, sem que de mim falte o calor.
Sou silêncio, sem que de mim falte as palavras.
Sou loucura, sem que de mim falte o juízo.
Sou tempo, sem que de mim falte a presa.
Sou azeda, sem que de mim falte a doçura.
Sou constante, sem que de mim falte a mudança.
Sou incógnita, sem que de mim falte a certeza.
Sou sua, sem que de mim falte a mim mesma.

domingo, 10 de abril de 2011

[faltaram palavras]

A busca cada vez mais incansável por palavras faz-me parar no tempo passado, faz com que viva o que nem lembro que vivi. Novamente o tempo presente não é o suficiente, quando não estou nostálgica com o passado, estou esperando pelo futuro. Não que o presente não seja bom, mas sempre preferiremos os devaneios, são eles que fazem com que ainda aceitemos viver nesse mundo onde nada parece dar certo, por que, quem sabe, algo num dia remoto possa ter dado certo, e talvez no futuro (talvez, não vamos alimentar demais as esperanças), mas talvez as coisas voltem a der certo. Ou quem sabe vamos apenas quebrar a cara novamente. Mas quem vai ouvir meu ceticismo? Simplesmente somos seres humanos, nascemos para ter esperança, nascemos para jogar esse jogo cansativo, nascemos para esperar, para fantasiar.
E nessa calma mental, provável é que algo esta errado, cadê os loucos pensamentos gritantes de minha mente? Como nas cenas de filme, é quando as coisas estão calmas demais é que devemos nos preocupar, ou será que nem mesmo quando minha mente está em paz eu me permita essa dita paz?
Procuro palavras e mais palavras, mas as palavras se repetem, não se inovam, simplesmente continuam num ciclo mental besta que alimenta esperanças e mais esperanças, todas as baboseiras do gênero, mas quem sou eu para quebrar a barreira mental e dar espaço ao pessimismo? Antes a ilusão do que a falta de esperança.

sábado, 2 de abril de 2011

I love you?

Inglês, soa como se fosse impessoal demais.
Ponto de interrogação, mesmo descrevendo-se por si só, vou ressaltar que já não sei.
Tradução: Eu te amo?
Eu te amo agora já me soa clichê demais, ninguém mais se importa com esse dito amor.
Outras línguas? Talvez, mais isso tiraria a atenção ao fato que quero ressaltar, o ponto de interrogação, que permaneceria presente em qualquer fosse a língua escolhida para proferir aquelas simples palavrinhas.
Não há maneira mais lógica do que terminar um microtexto sobre a minha interrogação do que com o ponto em questão não é?


No fim das contas, amar é uma palavra muito grande que não deve ser desperdiçada, não pode ser questionada, mas eu não posso evitar, quem sabe ninguém saiba o que eu sei que não sei, mas quem sabe, se você entenda, eu ame (se isso fizer algum sentido, como a falta de sentido do amor cause sentido em algum lugar aqui dentro e, se eu não estiver errada, quem sabe eu não esteja assim tão certa).
A interrogação continua para quem quiser respondê-la.

terça-feira, 15 de março de 2011

Sorvete Colorê

Quero ser livre, mas não sei se é possível ser livre de si mesma. Abandonar todos os pensamentos e lembranças e correr para longe, onde não sentirei mais nada. Mas que masoquismo o meu, devo admitir que gosto de sentir. Lembro-me que sentir é o que nos torna humanos, mas... Às vezes seria ótimo se as borboletas não pousassem no meu estomago ou se você não fosse sempre a ultima coisa que penso antes de dormir.
Quando amo, sinto-me insegura, quando não amo, penso, “mas afinal, o que há de errado comigo?”. Sou um ser humano, repito, e repito mais uma vez mentalmente para mim mesma, mesmo que eu não queira, mesmo que me doa, sou humana. E a humana aqui sente demais, devo informar que não estou morrendo de amores, mas que, algo esta ai, e aquele coração? Aquele que disse que perdi? Encontrou você e pegou carona junto a ti para voltar a pulsar em meu peito, ainda um tanto quando desnorteado e confuso, ele se pergunta o que sentir, e todo o resto se cala, ninguém quer dar opinião, por que desta vez não é tão simples, não é tão obvio. Então diante do silencio, meu coração sente a pressão de escolher a coisa certa, e diante do “uni-duni-tê” em que se encontra, quem sabe eu ame você.

E mesmo tendo guardado isso algum tempo no fundo de uma gaveta, o coração continuou calado, as perguntas continuam em aberto, mas sinto que já estou naquela parte da música em que “o escolhido foi você”.

sábado, 12 de março de 2011

Obsessão compulsiva

Há pessoas que se apegam demais a coisas desnecessárias, ficando presas a elas. Pessoas cujas coisas sem a menor importância se tornam indispensáveis, desde revistas velhas que nunca mais serão lidas, roupas que muitas vezes nem servem mais, objetos sem a mínima utilidade que ficam “presos” a elas.
Minha obsessão não é superficial, não é nada que eu possa ver, nada que eu possa simplesmente jogar fora, são lembranças. Elas se escondem em minha mente, se tornando parte dela, se aderem ao meu cérebro e fazem com que a simples idéia do que é útil ou inútil não passe de uma duvida remota.
E dentro deste caos mental, nem mesmo a realidade fica impune, tudo é questionável, tudo pode não ter passado de um devaneio que brinca com minha mente, me fazendo acreditar que foi verdade.
Paro em frente ao espelho, vejo muito mais que eu mesma, olho para dentro, dentro de meus olhos, do olhar que me fita de dentro do espelho, olhar que nem mesmo meu parece ser. Continuo a olhar o que penso ser eu mesma, me perguntando o que me resta fazer, ponho a mão em frente ao rosto do espelho, que faz o mesmo, parecendo que estamos tocando as mãos um do outro.
Parada em frente ao espelho, recusando a imagem que me reflete, penso no que posso realmente ser. Todo o ser humano, por natureza, enche a boca para falar dos outros, mas o que falar de si mesmo? Ecoando em meus tímpanos estão as perguntas já feitas, vibrando em minhas cordas vocais estão todas as respostas possíveis enquanto minha mente elétrica e inquieta procura a resposta certa, enquanto aquilo que as pessoas chamam de coração sabe que não existe "resposta certa".
Mas minha mente atônita continua a buscar a resposta, continua a mentir para si mesma que a vida tem uma solução correta, como se tudo fosse se resolver na simples decisão da coisa certa. Iludo-me pensando que haverá saída, me recusando a pensar que qualquer resposta pode me fazer sofrer, inclusive aquela que meu cérebro chama de certa.
A pessoa do espelho continua a encostar em minha mão, cada qual em sua realidade, ambas mudas e cheias de perguntas (ou seriam respostas?). Tirando a mão que pus sobre o meu rosto que pertence ao reflexo, arrisco-me a mais uma olhada para o outro lado, aquele ser humano antes desconhecido parece agora ser um pouco eu mesma, volto a reconhecer aqueles olhos agitados, aquelas pupilas dilatadas. Pouco a pouco eu e o espelho voltamos a ser velhos confidentes, as únicas testemunhas que realmente sabem o que se passa em uma vida.
Olho para dentro de mim mesma e percebo que todas aquelas lembranças aparentemente não se encontram mais lá. Eu sei que na verdade continuam vivas, continuam presentes, mas consegui por hora doma-las e prende-las em jaulas que sei que não vai agüentar por muito tempo, consigo prender lembranças, o problema é que não consigo jogá-las fora, nem mesmo perde-las em algum beco qualquer. Elas sempre estarão lá, muitas vezes me levando de volta a momentos que nunca vivi, que não passaram de devaneios muito bem pensados em minha mente, onde a realidade explode em frente aos meus olhos monstando apenas lugares onde o sol ilumina dias perfeitos e o vento tocando em meu rosto é alguém que eu amo, onde nem mesmo a chuvas e as tempestades são momentos sós, são apenas outro cenário, são apenas outro devaneio.
E, pela ultima vez, olho para o espelho, olho para o reflexo, que desta vez encontra-se sorrindo, percebo a mim mesma num sorriso e percebo que meu reflexo mudo será sempre aquele que saberá todos os meus segredos, o meu reflexo que talvez não seja nada mais do que eu mesma sempre me pareceu saber muito mais do que eu mesma jamais saberei, e percebo que ele esteve sempre ao meu lado, sempre dividindo as mesmas emoções que eu mesma sentia, chorando quando eu chorava e rindo quando eu ria, mesmo que as pessoas digam que não há mais nada que se possa esperar da sua figura refletida, algo faz com que eu veja que não é tanto no reflexo que confio, mas sim naquilo que esta do outro lado, não é como uma das viagens de Alice ao outro lado do espelho, é perceber que, no lado da realidade, devo confiar mais em mim mesma, tanto eu quanto meu reflexo rimos, voltei a confiar naquela figura, voltei a confiar em mim mesma.

sábado, 5 de março de 2011

Dane-se

Cansei, se é pra tudo dar errado, que dê, não quero mais brincar com o destino, com a sorte ou qualquer baboseira do gênero.
Daí penso, “ele não vai desistir de mim...”, mas “Se liga, se você pudesse você desistiria de si mesma, porque ele não?”.
No fim das contas, quero que o mundo acabe, mas sei que 2012 não é o fim, e minhas esperanças acabam.
E ai esta você, lendo e provavelmente não entendendo bulhufas do que falo, mas por hora não é isso que importa. Por hora eu nem sei mais o que importa!
E aquelas onomatopéias que costumam sair da minha boca em momentos de raiva continuam, um instinto psicopata que tento matar a tempos começa a tomar conta. A vontade que me dá é pegar uma faca e virar serial killer, mas acho melhor enterrar novamente essa raiva latente, fiquemos só com a raiva momentânea.
Mas a raiva momentânea também é grande e, quando tento me acalmar, algo em mim não quer ouvir, não quer se acalmar, quer apenas soltar um berro, bater em algo e todo o clichê que se sente quando se tem raiva.
É aquela raiva que faz sua respiração acelerar, faz com que você exerça uma força gigantesca no maxilar e nos punhos, como se isso a fizesse diminuir, mas sabemos que a raiva só terá a aumentar.
E sinto medo de dormir, de que toda a raiva se vá, não sinto sono, não sinto fome, só sinto a tão falada aqui, raiva.
Nessas horas, nem sei mais o que escrevo, pergunto-me se estou sendo repetitiva, monótona, mas cá entre nos, não são tantas pessoas que lêem regularmente, e se você que esta lendo não gostou, vá até o histórico e escolha um texto ao acaso e divirta-se, só quero transpassar para o papel um pouco do que sinto na carne.
“Drama, drama, drama. Que dramatização horrível você fez desta vez?” “É apenas o que sinto...” “E você acha que alguém quer saber? Nem eu, que sou você mesma, quer continuar a ler essa novelinha sem importância...” “Novela sem importância? É disso que você chama o próprio coração?” “Ah, agora tem a ver com o coração, antes você não sabia, viu como uma decepção resolve?”.
E eu perco na discussão contra mim mesma, novamente.

quinta-feira, 3 de março de 2011

You say you want a revolution well you know...

Nossa geração esta um pouquinho “habituada” demais para o meu gosto, tudo bem se os preços forem exorbitantes, tudo bem se é um monopólio, mas você realmente acha que esta tudo bem?
Não vamos virar carros, não vamos fazer placas de protesto, não vamos gritar nossas idéias, vamos simplesmente ficar um dia sem comprar nada do bar da escola e ver o que acontece.
É tão simples que chega a ser estúpido, é algo banal, só falar pra todos seus amigos que dirão aos seus amigos que dirão aos amigos deles que, sexta-feira, dia 18/03, não iremos comprar nada no bar da escola em forma de protesto. É simples!
Não vou obrigar ninguém a ficar com fome, a idéia não é impor idéias aqui, só tenho uma idéia a qual todos que concordam podem seguir para a busca de um bem comum, e, pelo que vi até agora, todos concordam que já está mais do que na hora de tomar alguma providencia sobre isso.

Então, dia 18/03/2011, todos que concordam não comprarão lanche no bar. Obrigado.

terça-feira, 1 de março de 2011

Até parece...

Você provavelmente já fez parte de um joguinho, provavelmente também já o jogou, usando de todas as estratégias existentes para “conquistar” alguém que você já gostou.
Esses jogos me cansam. Se você quer estar com alguém que goste de você não seria mais fácil simplesmente pular essa parte e ir até a parte em que alguém tem que ter coragem de revelar a paixão?
Fingimos que não queremos pegar a pessoa de surpresa, bla bla blá... No fim das contas só estamos com medo de quebrar a cara (e o coração) de novo.
Relacionamentos são algo complexo na qual nunca vou entender, pelo menos não o lado certo... Não consigo ver aquilo que para muitos é lógico por que, afinal, Meu Deus! Amor não é pra ser lógico, se fosse, eu já teria estudado todas as teorias e seria feliz para sempre.
Até parece...
E então, num daqueles inúmeros diálogos comigo mesma, tendo sempre as mesmas perguntas em mente, pergunto tenebrosa quase que num sussurro “Coração?”, não há resposta, não o chamo novamente, se não me ouviu está longe, e quanto mais longe melhor. Mas ele pulsa em resposta, como se dissesse “Estou aqui, vou lhe poupar um pouco que dor, mas saiba que quem tem o controle aqui sou eu”.
Minha cabeça se decepciona enquanto orgulhoso meu coração pulsa em meu peito, mando ambos embora, ou pelo menos finjo que não então ai, tento por um segundo não pensar, não sentir mas até parece que algum deles vai me deixar em paz...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Caçada

Sempre percebi a mim como alguém que busca chegar ao fim, e percebo que não é o caminho que me estimula, não é avistar o fim que me anima, é aquela sensação de eu posso, eu quero e lutarei por isso.
Quantos amores eu perdi desta maneira... Muitos, tenho medo de contá-los. Simplesmente não me é indispensável ver-me naquela corrida incessante por amor, tampouco me sinto plena quando o alcancei, mas o que me move, o que alimenta meus dias banais é pensar, pensar que eu vou conseguir, que continuo na luta. Essa fome por ter, por conquistar me torna caçadora, uma caçadora de momentos, daquela sensação que vicia meu corpo enchendo-o com a expectativa de alcançar, de possuir.
Encontro-me nos versos de Mario Quintana que disse:


"Só o desejo inquieto, que não passa,
Faz o encanto da coisa desejada ...
E terminamos desdenhando a caça
Pela doida aventura da caçada."


Deleito-me ao pensar que estou tão perto, o que faz aquela luzinha vermelha acender em minha consciência. Alerta de algo errado? Agora não amor, agora não, primeiro vamos nos divertir um pouco, depois damos um jeito nisso.
Eu sei, eu sempre sei que depois será tarde demais, mas sei também que se me adiantar, o que lutei pra conquistar quem sabe se perderá, sumirá de modo com que, nem a sensação que me levou em frente reste.
Sinto-me na imperfeição completa, como se não houvesse mais saída, como se todas as portas sempre se fechassem na minha cara, mas devo também lembrar que nunca em minha vida uma oportunidade chamou pelo meu nome e esperou que eu chegasse até ela. Sempre quando eu, correndo ofegante começava a me aproximar do que sempre busquei, o premio desaparecia, ia sumindo, evaporando em minha frente, muitas vezes quando eu conseguia até mesmo senti-lo em mãos. Tenho medo de chegar, tenho medo de te alcançar, mas meu principal medo é que você suma.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Jogo de Sorte

Pra mim, amor é como jogar poker, recebemos nossas cartas e apostamos nossas fichas. O problema é que, nos mulheres, tendemos a apostar todas as fichas antes mesmo de ver as cartas que recebemos. Algumas vencem esse insano jogo do amor, outras perdem tudo e ficam se achando completamente tolas por terem apostado tudo assim, tão facilmente.
Cansei de jogos, cansei da expectativa de como será minha mão na próxima rodada, simplesmente sai dessa mesa frustrante que aposta corações, joguei as fichas que me restavam aos ares, fiz questão de me distanciar, tão longe que minha curiosidade não quer saber que cartas eu tinha em mãos, virei a mesa, sai do jogo, o amor que me encontre porque não vou mais apostar meu coração nem mais uma rodada.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Teatro humano

Quero parecer forte, quero parecer madura, e o pior de tudo, as pessoas acreditam. E por que não haviam de acreditar? Venho desempenhando meu papel com tanta perfeição que minha atuação para muitos é a única coisa de mim que sabem. Mas não, não sou forte e nem madura. Não sou aquela muralha sempre risonha que sempre aparento ser, também sou tristeza, também sou fraca, infantil e imatura. Como qualquer outro, eu sinto.E as milhares de coisas que escondi em uma caixa enterrada em minha mente lutam para chegar a tona, lembra aquela vez? Pois é, eu senti ciúmes. E lembra aquela outra? Eu queria, do fundo do meu coração, dizer que te amo, dizer o quanto importante você era, mas as palavras não saiam, e você me conhece, não me sinto bem quando não sou eu quem esta sob controle, mesmo que eu não esteja, basta passar aquela sensação de segurança, aquela que já citei. Encontro-me apavorada, mas nada consegue tirar essas palavras de minha boca, tenho medo de ser fraca, e continuo com aquela louca vontade de segurar firme na sua mão enquanto você me diz que esta tudo bem.
Mas não consigo transpassar minha própria linha de segurança, minha armadura foi tão bem lapidada que não sei se sou capaz de rompê-la. Só consigo passar mensagem em som quase inaudível, “Me salve!”, mas o mundo está em caos, ninguém pára para ouvir. Espero você perceber, espero que você chegue, galante como sempre, e tire-me deste buraco que eu mesma entrei.
Mas meu realismo, anseio pelo dia que ele deixe de aparecer dizendo que não estou num conto de fadas, no mundo real, não será tão fácil quanto na minha ficção de palavras.
E nesse misto de medo oculto e força atuada, sinto-me constantemente encurralada, o que faz com que eu acabe sendo rude, sendo coisas que eu nunca fui, apenas por causa deste medo tosco que sempre me acompanha. Apenas peço, se eu for forte, diga que esta tudo bem e segure minha mão, seu eu tiver medo, leia isso em meus olhos, se eu for rude, diga que não há nada que eu deva temer em você, e, quem sabe eu volte a ser quem eu sempre fui (ou pelo menos quis ser).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

E penso comigo mesmo...

Será que alguém pensa exatamente o que eu penso?
Será que alguém sabe o que eu sinto?
Será que alguém sente a mesma coisa?
Será que um dia alguém conseguirá me entender?
Será que um dia eu conseguirei me entender?
Será que vale a pena fazer o que faço?
Será que este mundo é real?
Será que as verdades são verdades?
Será que as mentiras são mesmo mentiras?
Será que vale a pena tantas perguntas sem resposta?
Sei apenas uma resposta, apenas uma, sei que vale a pena tantas perguntas, somos humanos, mas vejo a nossa espécie com uma preguiça pitoresca, como se não valesse mais a pena se questionar, a resposta está no google, é só procurar, não há a busca da verdade interna, há apenas aqueles conceitos pré-formulados do que é certo, como as coisas funcionam e aquele clichê.
Ninguém mais pensa em religião, em se perguntar as origens. Eu sei, já ouvi falar do Big Bang, mas você já pensou de onde surgiram as partículas que se colidiram? De onde surgiu nossa vida? Evolução? Pergunte criatura!
Se pergunte, novamente irei dizer, não sabemos nem como a pasta de dentes sai com as listras do tubo!
Você ainda acha que esta tudo bem? Ainda pensa que somos seres humanos tão racionais? Parece-me que usamos as coisas como se fossemos algum tipo de animal sem curiosidade, sem interesse no próprio mundo.
Ai você vê uma criança acendendo e desligando a luz com cara de impressionada, e você pensa “Grande coisa...”. É sim uma grande coisa! Uma coisa fenomenal! Energia sendo gerada de vários meios diferentes e sendo conduzida através de fios para ligar uma lâmpada! É surpreendente! É quase mágico pensar que alguns fios ligados à um vidro com metais faça a luz!
Mas não, já vimos isso centenas de vezes, pra que tanto espanto? Por que, simplesmente, você nunca pensou no que estava envolvido.
E ai esta você, sentado em frente ao computador, nem vou comentar a magnitude da maquina que você tem em mãos, acho que não é necessário. Mas você esta sentado numa cadeira com rodinhas? Quem iria imaginar colocar rodas numa cadeira? E quem sabe você esteja ouvindo musica, sem nem mesmo se perguntar como uma caixinha pode fazer tantos diferentes sons!
Se, mesmo assim, você pensa que tudo isso é estupidez, ao seu redor, olhe para cima. Você não esta numa caverna, você esta numa casa, ou ainda num apartamento! Se isso não lhe é suficiente, não sei mais o que lhe dizer...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"É tão fácil ser poeta, e tão difícil ser homem."(Charles Bukowski)

Vejo como se o mundo fosse simples, até cair na realidade de vê-lo tão complexo, paro diante do precipício e olho para baixo. Canto aquelas velhas músicas, aquelas que sempre me fizeram entender.
“Nem tudo é como você quer, nem tudo pode ser perfeito. Pode ser fácil se você, ver o mundo de outro jeito...”.
E de lá, da beira do abismo da minha mente, penso no mundo, penso na vida, nos amores ou falta deles, nas verdades certas e nas possíveis mentiras, passo o tempo pensando esquecendo-me de fazer, escrevendo e esquecendo que ainda sou humana, humana com toda aquela inteligência que usa 10% do cérebro, humanos que matam, uns aos outros, na busca de coisas que na verdade fogem de toda essência.
Mas estou ocupada demais em meus devaneios, ocupada vivendo aqueles momentos perfeitos que morrem assim que algo me chama para a realidade.
Sempre achei que eu fosse gente, que eu fosse realmente corajosa, e assim espero ser, pelo menos arriscar mais, pois vale mais perder o que se tem do que permanecer com o que nunca se ganhou. Prefiro perder tudo à esquecer de lutar para conseguir algo, pois o que é a vida senão a busca incessante?
Por hora, busco por verdade e por algo que me faça entender por que continuo a respirar, a viver.

Lista Negra:

E adianta ver-se diante do ódio? Você realmente pensa que vale a pena todo esse sofrimento? Todo esse desprezo e raiva?
Adianta usar-se de uma lista que ao fim envenenará sua alma, fazendo-a tão negra quanto a própria lista? E depois de lentamente ser corroída pelos vermes e pelo desprezo, o que nos resta?
Se fui ofendido nesta vida, desse motivo não me valerei a ofender o próximo, não usarei do mal feito para que seja o mal criado, da falta de respeito motivo para algo frio e doloroso.
E depois, na velhice, você se vê rezando por misericórdia, por compaixão, implorando humildemente as mesmas palavras. “Perdoai os nossos pecados assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido”.
E pensar que não pensamos nisso enquanto há tempo, enquanto vida ainda nos resta, e depois, velhos e doentes de corpo e alma, nos ajoelhamos diante daquele que a todos pode salvar, propondo que perdoe, enquanto sua lista, intacta em seu coração, continua a corroer seus últimos dias desta vida sufocante, mandando-o para o lugar no qual ninguém jamais retornou é à todos incerto.
E a lista se perde dentro de você mesmo, como um câncer maligno e insaciável que o leva para onde jamais se saberá mais nada ao seu respeito.


TEXTO ESCRITO POR MIM UNICAMENTE POR CAUSA DO MEU AMIGO MAIS AMADO ANGELO.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pedacinho de Arame Enrolado

Muitos dizem que seus corações são como folhas de papel, suas historias vão sendo escritas e apagadas, que é uma folha de papel gigante onde cabe tudo. Discordo. Meu coração é um clips, vou anexando coisas importantes, pessoas que amo, lugares, cheiros, sensações... E, se por um infortúnio da vida tiver que me livrar de alguma dessas coisas, vou deixá-la. Não digo que será fácil, pois sempre haverá aquele papelzinho que não quer sair, por mais que você tente, mas um dia ele se vai, e depois você percebe que mesmo tendo ido, o simples fato de ele um dia ter feito parte do seu “arquivo” fez com que muitos outros papeis tenham se juntado.
Acho engraçado tentarmos comparar nossos sentimentos, nossos corações, com coisas tão normais, tão simples. Um pedacinho de arame enrolado, celulose devidamente tratada, e me pergunto, pra que tudo isso?
Um clips ou uma folha de papel nunca serão como nosso coração, são apenas uma metáfora, é muito mais fácil pensar assim do que pensar que nosso coração é um órgão que bombeia sangue e também dá significado a muitas palavras essenciais, que na verdade (dizem) que nem mesmo com o coração tem algo a ver. Mas, não há meio de tirar da cabeça algumas coisas, não dá pra simplesmente dizer “cérebro, você é responsável por amar” por que temos controle sobre o cérebro, mas não pelo amor. Então decidimos recorrer ao coração, incontrolável, inconstante.
Não sabemos ao certo o que sentimos, mas lá esta o coração, afirmando que simplesmente sentimos, melhor deixar o esses detalhes de quem e por que para serem decididos por ele.


Na falta de inspiração, um texto que nao foi feito pra mim. ^^

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Por que limões?

Adoro limões, hoje descobri o porque. Um limão nunca vai te decepcionar por ser azedo, você sabe disso muito antes de coloca-lo na boca, ele não ira se decepcionar por que ele é constante, uma vez azedo, para sempre azedo, e é por isso que não gosto de abacaxi.
Agora você esta pensando o quanto eu tenho problemas de sanidade por estar falando de abacaxis e limões alem de ter um blog de melancia, mas calma, sempre tem uma explicação plausível para isso.
Lá esta você e um pedaço (detestável) de abacaxi. Você não sabe o que esperar, ele pode ser doce ou muito azedo, e é essa inconstância que me causa repulsa.
Prefiro uma pessoa sempre amarga comigo do que alguém que eu não saiba o que esperar. Se você obrigar a comer um limão ou um abacaxi, o limão me é bem mais tentador, e assim como posso escolher entre alguém amargo ou alguém inconstante, acho que prefiro me habituar com o amargo do que ser surpreendida com o amargo após um breve período de doçura.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Paquistão existe?

Às vezes parece que o mundo não existe, nos conformamos demais com as coisas, e perguntas passam a serem banais. O Paquistão existe?
Sim, responderiam incrédulos com minha mediocridade. Prove. E lá vai você mostrar fotos. Como você sabe que é o Paquistão e não outro lugar? Por que está escrito embaixo horas! Você acredita em tudo que está escrito em qualquer lugar, eu nunca estive no Paquistão, por mais que você tente me provar, ele não vai nem existir nem deixar de existir, mas não acredite desesperadamente em qualquer verdade, isso é o que imploro!
Paquistão pode ser substituído por Deus e por muitas outras coisas, a diferença é que fomos criados de modo que: o Paquistão existe! Para de ser chata criança!
Deus existe? Bem filinha, ele está lá em cima, em algum lugar...
Não, não quero que você acredite ou deixe de acreditar em Deus, mas pelo menos ao invés de rezar palavras decoradas pense em por que você acredita nele, por que sob nenhuma prova você é capaz de acreditar tão facilmente que Paquistão existe e deixa passar todas as provas que já fizeram a civilização acreditar em Deus?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Oi

Se eu disser que tem alguma coisa errada comigo, não concorde. Mas sim, eu reafirmo, há algo errado.
Aquele tipo de coisa que apenas algo bem no fundo de você sente com clareza, mas a mente não consegue identificar nem que parte de você é e nem o que está errado. Borboletas no estomago tendem a aparecer quando estamos em alguma situação no presente ou esperando uma situação concreta no futuro, mas por que tenho as minhas borboletas afinal?
Estou esperando que alguém me de a resposta, ou que eu ache ela em algum lugar, dentro ou fora de mim mesma. Parece que tudo é um tanto quanto improvável e que as coisas não acontecem, e daí vem minha imaginação, poderia ser assim, e depois de muito tempo de devaneios, acordo e caio, não estou vivendo nenhum deles.
Pelo menos (posso dizer que pela primeira vez na vida) estou tomando consciência do futuro tendo em vista o passado, nunca fui de aprender muito com “experiências passadas” por que, afinal de contas, as coisas não vão acontecer sempre da mesma maneira, mas agora estou aprendendo que há padrões.
Férias não trazem tanta alegria assim, mas todo ano esperamos por elas e durante as mesmas esperamos algo ocorrer, o que ocorre não será o suficiente.
O amor não é tão obvio, tão sublime, tão sei lá o que, nós o inventamos e depois vemos que, quando chega, tem lá suas imperfeições.
As pessoas que você considera pra vida podem ser aquelas que você não vai mais ver semana que vem, por mais que você tenha apostado na amizade.
Por mais que você queira desacreditar no mundo, aquela partezinha que não aceita e que você esconde num canto do coração toma força e quando você vê, ela já dominou você completamente, fazendo com que caiamos aos velhos conceitos e esperanças. Esperanças que aquela parte cética que sobrou já nos alertou que não presta, mas a esperança vence, por hora.
E depois de muitas trocas de poder entre a esperança e o ceticismo, o coração, cenário das batalhas não agüenta. E no fim das contas, o que nos resta?

E a todos que um dia leram, obrigado, venho largado de mão o que não devia e continuando com o que não deveria, mas tentarei retomar as coisas aqui. ;)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Monotonia

Tem que ter alguma coisa acontecendo, de boa ou de ruim. Agora fui tomada pela mesmice, onde nada acontece, nada me chama a realidade, simplesmente nada.
A expectativa faz com que tudo de modo grandioso, mas dai, quando a coisa tão esperada chega em fim, se percebe que sua silhueta a distancia era mais atraente do que a coisa desejada em si, percebe que as vezes as coisas são criadas para nunca de fato acontecerem e quando acontecem, nos deixam estupefatos com sua falta de sal.
Quando acontece, você para consigo mesmo e pensa: "é por isso que tanto esperei?", alguma coisa lá no fundo manda esperar, afinal "o melhor está por vir", e dai você espera, e no fim de tudo percebe que, quem sabe, nada jamais vai surgir, apenas não era para acontecer.


E, pela segunda vez me vejo escrevendo quando anteriormente digo que não iria fazê-lo, parece que não sigo nem ao mesmo o que digo.