terça-feira, 26 de abril de 2011

Na Natureza Selvagem - Into the Wild

"Você sabe, falo de livrar-se desta sociedade doente... Sabe o que eu não entendo? Porque as pessoas, todas as pessoas, são sempre tão más umas com as outras. Não faz sentido. Julgamento. Controle. Todas estas coisas... De que pessoas estamos falando? Você sabe, pais, hipócritas, políticos, canalhas."

sábado, 23 de abril de 2011

Sonhando de olhos abertos

E aqui estou eu lá novamente, aqui o material do corpo preso à cadeira, preso ao momento, ao tempo presente que prende. Lá longe, antes do hoje e depois do amanhã, lá aonde o tempo e o peso não chegam, onde a distancia é desprezada, é lá mesmo que me encontro. Na verdade é lá que me perco, é lá que me vivo sem viver no presente. É lá que sinto enquanto parada apenas finjo, fantasio, imagino.
Mente distante, em lugar que não existe e não se pode alcançar, pois não se alcança o que não existe e não existe o que não pode ser alcançado, deste modo, o lugar onde me encontro (não eu, mas o pensamento), esse lugar não existe. Existe em mente, em ilusão de delírio, existe na inexistência, perfeição imperfeita de situações mais ou menos vividas, mais ou menos lembradas, mais ou menos inventadas...
É lá estou eu, posso ver-me (ou rever-me), nunca sozinha, nunca distante, enquanto aqui a matéria sozinha e distante imagina sua própria felicidade. E quebrando qualquer barreira de tempo, desprezando qualquer distancia, volto. Revejo as cenas, os rostos, as falas que já decorei como parte do script perfeito de um tempo que não veio (ou que se foi).
Nostalgia de um futuro que vem e vai, esperança de um passado que já viveu, um punhado de cartas imaginarias escritas, outros tantos versos em minha mente nunca ditos declamados, palavras nunca trocadas sendo ouvidas novamente num momento inalcançável (e, portanto, inexistente).
E o pensamento me trai, chamando a lembrança a cada instante, a qualquer vestígio de algo que possa despertar a memória, viajo novamente, volto e vou (vou e volto), a infinidade de possibilidades da mente me leva a infinidade de lugares, cada vez mais finitos pela falta de imaginação de quando se cai na rotina, mas mais finito ainda é a companhia, não por falta de imaginação, mas por excesso dela ao imaginar sempre aquela mesma pessoa que a memória tanto preza, tanto procura em todo o canto, em todo verso, fazendo com que de qualquer lugar surja a lembrança de uma situação existente até que se percam as linhas lógicas de raciocínio e da linha real do tempo, fazendo com que tudo que é real se vai, restando apenas corpo sorridente lembrando o que não existe, mas esperando que algum dia possa alcançá-lo, tornando-o existente.
De relance volto ao presente, volto ao agora, mas é só para sentir frio, apenas um breve lapso de realidade para depois voltar ao mundo inventado, que só pára quando a realidade supera minha expectativa, quando não há mais porque imaginar você por perto, pois já estamos perto. Mas relembro, não é agora que meu devaneio morrerá, continuo sozinha e distante, como no principio, continuo também com os mesmos pensamentos, continuo apenas, burlando a realidade, esperando o inicio.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Duplamente única

Sou frio, sem que de mim falte o calor.
Sou silêncio, sem que de mim falte as palavras.
Sou loucura, sem que de mim falte o juízo.
Sou tempo, sem que de mim falte a presa.
Sou azeda, sem que de mim falte a doçura.
Sou constante, sem que de mim falte a mudança.
Sou incógnita, sem que de mim falte a certeza.
Sou sua, sem que de mim falte a mim mesma.

domingo, 10 de abril de 2011

[faltaram palavras]

A busca cada vez mais incansável por palavras faz-me parar no tempo passado, faz com que viva o que nem lembro que vivi. Novamente o tempo presente não é o suficiente, quando não estou nostálgica com o passado, estou esperando pelo futuro. Não que o presente não seja bom, mas sempre preferiremos os devaneios, são eles que fazem com que ainda aceitemos viver nesse mundo onde nada parece dar certo, por que, quem sabe, algo num dia remoto possa ter dado certo, e talvez no futuro (talvez, não vamos alimentar demais as esperanças), mas talvez as coisas voltem a der certo. Ou quem sabe vamos apenas quebrar a cara novamente. Mas quem vai ouvir meu ceticismo? Simplesmente somos seres humanos, nascemos para ter esperança, nascemos para jogar esse jogo cansativo, nascemos para esperar, para fantasiar.
E nessa calma mental, provável é que algo esta errado, cadê os loucos pensamentos gritantes de minha mente? Como nas cenas de filme, é quando as coisas estão calmas demais é que devemos nos preocupar, ou será que nem mesmo quando minha mente está em paz eu me permita essa dita paz?
Procuro palavras e mais palavras, mas as palavras se repetem, não se inovam, simplesmente continuam num ciclo mental besta que alimenta esperanças e mais esperanças, todas as baboseiras do gênero, mas quem sou eu para quebrar a barreira mental e dar espaço ao pessimismo? Antes a ilusão do que a falta de esperança.

sábado, 2 de abril de 2011

I love you?

Inglês, soa como se fosse impessoal demais.
Ponto de interrogação, mesmo descrevendo-se por si só, vou ressaltar que já não sei.
Tradução: Eu te amo?
Eu te amo agora já me soa clichê demais, ninguém mais se importa com esse dito amor.
Outras línguas? Talvez, mais isso tiraria a atenção ao fato que quero ressaltar, o ponto de interrogação, que permaneceria presente em qualquer fosse a língua escolhida para proferir aquelas simples palavrinhas.
Não há maneira mais lógica do que terminar um microtexto sobre a minha interrogação do que com o ponto em questão não é?


No fim das contas, amar é uma palavra muito grande que não deve ser desperdiçada, não pode ser questionada, mas eu não posso evitar, quem sabe ninguém saiba o que eu sei que não sei, mas quem sabe, se você entenda, eu ame (se isso fizer algum sentido, como a falta de sentido do amor cause sentido em algum lugar aqui dentro e, se eu não estiver errada, quem sabe eu não esteja assim tão certa).
A interrogação continua para quem quiser respondê-la.