sábado, 3 de novembro de 2012

Então você quer ser um escritor


"Se não vir estourando de você apesar de tudo, não escreva. A menos que isso saia de você sem permissão  do seu coração, da sua mente,  e da sua boca e seu âmago, não escreva.
 Se você tem que se sentar por horas olhando para a tela do computador ou debruçado sobre o sua máquina de escrever procurando as palavras, não escreva.
Se você está fazendo isso por dinheiro ou fama,não escreva.
Se você está fazendo isso porque quer mulheres em sua cama, não escreva.
Se você tem que sentar lá e reescrever de novo e de novo, não escreva.
Se é duro trabalhar pensando em como escrever, não escreva.
Se você está tentando escrever como alguém, como outro,desista.
Se você tem que esperar para que isso saia como um rugido de você, então espere pacientemente.
Se esse rugido nunca sair, faça outra coisa.
Se você, primeiro, tem que ler a sua esposa ou sua namorada ou seu namorado ou seus pais ou a quem quer que seja,você não está pronto.
Não seja como tantos escritores,não seja como tantos milhares de pessoas que se dizem escritores,não seja maçante e chato e pretensioso, não seja consumido pelo amor próprio. As bibliotecas do mundo têm bocejado a dormir sobre o seu tipo.
Não seja mais um. Não escreva. A não ser que saia da sua alma como um foguete, a não ser que isso faça-o levar à loucura ou suicídio ou assassinato,não escreva. A menos que o Sol dentro de você queima seu âmago, não escreva.quando for realmente o tempo, e se você for escolhido,ele irá fazê-lo por si e vai continuar a fazê-lo até que você morra ou ele morre em você.
Não há outra maneira.
E nunca houve."

Charles Bukowski


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Alguém realmente conhece a realidade de Flores da Cunha.
Caso eu fosse prefeito, meu primeiro projeto de lei encaminhado à câmara: isenção de impostos municipais para instalação de um posto Di Trento na beira do Rio das Antas, na divisa com Antonio Prado. Aquisição de um terreno ou melhor, uma colônia, doando parte do terreno para instalação de tal posto e ainda faria um autódromo, para rachas, pegas, corridas, e demais atos ligados ao gênero, onde tudo seria permitido, inclusive acidentes fatais e já haveria um agente funerário a disposição, e um serviço de guincho disponibilizado por IBR Auto Peças, guincho este dirigido pelo competente Sr. Edson Brandini. Ainda, um local para prática de campeonato de som automotivo, com direito a troféu para quem pudesse estourar mais tímpanos. E isso não é o fim: ainda construiria uma avenida com rótula no início e fim, para os boys fazerem o balão com seus automóveis rebaixados, assim podendo concluir os 500 km dominicais que costumam efetuar. Ainda, faria calçadas laterais para as adolescentes caminharem os 2354164 kms que costumam caminhar. Se não bastasse, iria procurar a Polar ou Skol para montarem bares para a venda de cervejas, a preços módicos, para fins de que as pessoas entrassem em coma alcoólico e tivessem de se locomover ate a cidade, assim morrendo no caminho e sendo enterradas no cemitério de São Roque, onde já haveria projeto para ampliação. Quem precisasse vomitar teria o rio para despejar os dejetos estomacais, intestinais, enfim, o que fosse. Agricultores, ou melhor, agro boys com caminhões carregados de tratores e saveiros munidas de reboque com motos de rally poderiam frequentar a pista, desde que repeitassem a travessia das adolescentes e não causassem engarrafamentos, evitando assim o estress dos demais, causando a vinda da BM e o espancamento generalizado. Não haveria discriminação para menores ou quaisquer pessoas, desde que evitassem destruir o local. O afogamento é permitido, para fins de contingência da natalidade dos frequentadores do local. Assassinos, estupradores, homicidas, psicopatas, caçadores amadores, snipers profissionais e/ou simplesmente cidadãos que desejam testar seus dotes com armamentos são permitidos, desde que preencham o formulário vermelho e não tragam armas nucleares. As demais são permitidas. A entrada para os Hell's Angels ou discípulos ou similares é permitida também, inclusive para uso do autódromo e das adolescentes. Acho que o trânsito no centro no domingo à tarde estaria resolvido, os comerciantes na segunda feira não limpariam võmitos e mijo, e nem teriam de ajuntar garrafas. A descarga da m.... que existe na cidade seria puxada.....
Joaquim Fontana

P.S.: Nada pessoal.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O cavaleiro do manto azul


O jovem  cavaleiro do manto azul  não lhe era nada, um estranho qualquer vindo do Vale de Arryn, cujo nome esquecera assim que o ouvira. E agora o mundo também esqueceria seu nome, concluiu; não haveria canções em sua honra. Era triste.
 Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos

Não somos nada, não significamos nada. E depois de nossa morte? Passaram-se os tempos dos guerreiros, o que fazer para que a vida (ou a morte) tenha sentido? A solução seria ganhar o prêmio Nobel? Bater um record no guinness? Quem sabe seja por isso que escreva, por que, no final das contas, quando eu morrer algum dia alguém poderá ler um texto meu e eu simplesmente “voltarei à vida” por alguns minutos. Vou voltar a ser alguém, voltar a fazer, por menor que seja, alguma diferença.
Raramente fazemos a diferença, na maioria das vezes apenas existimos. Existir e viver. Às vezes confesso que existo, e nada mais.
Todos temos dias que nos lembramos em especial, temos vários desses momentos guardados na memória, nem sempre são apenas bons momentos, mas pelo menos estávamos vivendo! Nunca lembraremos do dia em que passamos vasculhando perfis de facebooks alheios, nunca lembraremos do dia em que fomos ao trabalho pelo caminho de sempre, fizemos o de sempre, almoçamos o de sempre e voltamos como sempre. Vida precisa é de emoção.
Quem sabe não seja uma grande emoção para muitos, mas eu me lembro do primeiro dia em que comi sushi. Lembro-me também do dia que entrei em um parque abandonado. E, como se fosse hoje, recordo da emoção de pescar meu primeiro peixe sozinha. Lembro também quando parei com uma pessoa especial em frente a uma casa que sempre passamos, mas, pela primeira vez reparamos sua beleza.
Não temos que fazer algo novo todos os dias para vivermos, temos apenas que reparar, tirar o coração da caixinha que o enfiamos e começar a enxergar com ele, afinal, podem não escrever canções sobre mim quando eu for, mas, puxa vida, eu vivi!
E quando ao cavaleiro do manto azul? E quanto a você? 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Como funciona?

Já me perguntei como funciona a televisão, como funciona a energia elétrica, como funciona a internet, o telefone, a lâmpada, como a pasta de dentes sai com listras?
Mas então, no meio de um banho que sempre acaba sendo algo inspirador, heis que sinto uma sensação estranha, um calafrio no estomago, que me trás um pensamento, ou quem sabe seja o pensamento que traga a sensação, mas de qualquer forma, penso em você.
Não é só saudade, também é o sentimento que te terei em breve, mas como isso funciona? Como posso amar e senti-lo no estomago? Como posso ter calafrios de saudade?
Fico pensando em como meu cerebro funciona, adorando trazer sonhos nas noites que irei acordar sem ninguém ao meu lado, me lembrando de cheiros enquanto aquele que o cheiro pertence está longe.
Aos poucos descobri a diferença entre amor e paixão, olhando pra trás sei exatamente o que é o que, mas agora não há linha que separe as sensações, estão entrelaçadas, unidas de maneira que nem eu saberia como julga-las, agradeço pelo fato de que sentir seja mais facil do que escrever, a sensação continua, indo e vindo, e nunca vamos ter palavras para expressa-la.
Mas no momento a sensação que mais quero ter é sentir o teu cheiro, teu abraço, beijo...

Ainda apaixonada, ainda amando, ainda ansiando descobrir como funciona, digo, como tanta endorfina pode ser liberada do meu cérebro sem nem mesmo te ter por perto?

terça-feira, 19 de junho de 2012

Como se aprende a viver?


Olhando estatísticas do blog, fico pensando nas pessoas que já o acessaram, não foram poucas, não foram muitas, mas imagino cada uma delas, em que momentos de suas vidas elas estavam? O que estavam procurando quando me encontraram?
Vejo o mundo cercado de milhões de problemas desconhecidos, sabemos de problemas como o aquecimento global, por exemplo, mas não sabemos os problemas de um amigo, de um vizinho, que dirá os problemas de algum outro país, não sabemos de quase nada.
E tornar consciência disto tudo torna-nos depressivos, de que adianta saber de tudo isso? Muitas vezes temos problemas que ainda nem conhecemos, mas eles existem e esperam o momento de se mostrar, não podemos curar o mundo, não podemos curar nossos próprios problemas, não temos a força de ajudar aqueles que estão próximos, que dirá os distantes. Simplesmente lidamos com um pequeno problema por vez como se isso fosse grande coisa, e na verdade é o que conseguimos fazer.
Procuro desesperadamente uma solução, e então, devemos protestar? Devemos largar tudo e tentar fazer alguém feliz, o mundo melhor? E os nossos problemas, quem resolveria então? Temos tantos problemas assim ou uma parte deles é exagero? Por que ao invés de encontrar a solução acabo apenas com novos problemas, novas perguntas?
Penso que é mais fácil dizer que não ha maneira correta de se viver e, caso haja algum jeito de viver melhor, que me ensinem. Também penso que sabemos alguns desses jeitos de viver melhor, mas é mais fácil deixa-los pra lá até que se torne um problema, pois sabemos que devemos praticar exercícios físicos, mas nos vemos num mundo obeso, sabemos da prevenção de quase todos os problemas do corpo, mesmo assim ficamos doentes, não seria só aprender a prevenir os problemas da vida do mesmo modo que deveríamos prevenir nossos corpos? 

segunda-feira, 26 de março de 2012

E o seu funeral?

   Meu caderno tem mordidas. Entre calar e falar em um momento de raiva, não faço nenhum deles, ou eu grito ou eu mordo. Vivo me imaginando em universos paralelos que fizessem mais sentido, talvez em algum deles eu realmente tornasse um sonho perfeito em realidade.
   Todos os dias vivemos cercados de mundos ideais que fazem com que nossas vidas não sejam aquilo que esperamos. Você acorda todas as manhãs e percebe que não tem super poderes, não foi picado por uma aranha radioativa, não é mago, guerreiro, arqueiro ou caçador de dragões. Percebe que você não foi um feliz escolhido pelo destino para tornar-se especial, por mais que você queira, sempre acabará se sentindo apenas mais um.
   Mais um ser humano cheio de erros e acertos ou, quem sabe (considerando-se uma visão otimista do mundo) você seja único, o que também acredito que seja plausível, mas é difícil de se dizer qual a diferença entre ser “mais um” e ser “especial”, acabaríamos sendo mais um ser especial no planeta que, mesmo não recebendo fama e gloria, faz sua parte para o mundo fazer sentido para alguém.
Muitas vezes já imaginei como seria meu funeral, será que eu falo o mundo de alguém fazer sentido? Pelo menos deixo a vida de alguém mais “fácil”? Por hora chorariam a minha ausência mas, a longo prazo, não seria um fardo a menos para muitas pessoas?
   Não escrevo para receber comentários dizendo que não sou um fardo, tampouco para me sentir mais amada graças a aqueles cujas respostas aumentariam meu ego. Francamente minha pergunta principal seria “E o seu funeral?”, quem precisa de você para o mundo fazer sentido? Sua vida faz alguém sorrir? As respostas são um tanto quanto pessoais e por isso não quero saber ou muito menos entendê-las, quero simplesmente que você as saiba afinal, você é o principal interessado em sua própria vida.


P.S: Se, como eu, você vive numa cidade onde se você não cuida da sua vida alguém cuidará, posso afirmar que ninguém te conhece como você conhece e, dentre os diversos cidadãos que se consideram aptos para o serviço, o mais indicado ainda é você.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Voltei?


Inesperadamente, subitamente, sem nenhum motivo aparente, ressurge uma vontade um tanto quanto controlável de escrever, que deixo aflorar, esperando ansiosa o que irá surgir.
Há dias venho pensando em algo, surgiu-me o pensamento que não passamos plágios. Plagio de idéias, plagio de estilos, plagio de expressões, plagio de DNA. Vivemos, rimos, fantasiamos, choramos, ganhamos e perdemos, mas não criamos, somos apenas uma sombra de uma sobra, um reflexo da sociedade.
Venho sonhado muito ultimamente, sonhos dos mais variados gostos. São os sonhos da vida real, porém, que fizeram um ponto se prolongar por tanto tempo nos meus escritos. Um sonho que não poderia ser sonhado, pois foi criado para ser um sonho lúcido. É esse sonho que sempre fará com que todas as minhas tentativas de filosofar morram antes mesmo do termino do primeiro parágrafo. Esse devaneio da vida real me lembra que não preciso mais de palavras, tenho um turbilhão sentimentos e ações que são muito mais poderosos em minha mente.
            Por mais que digam que precisamos de alguém, que precisamos das pessoas, afirmo que a sociedade atual possibilitaria a vida sem meio social, não dependemos das pessoas, não precisamos diretamente delas, então me pergunto, por que não o fazemos? Por que não abandonamos o mundo e as pessoas que nele vivem?
            A resposta automática do meu cérebro é “Esqueceu de toda a endorfina que libero?”, e é claro que não esqueci, vivemos como num jogo, e nesse jogo temos diversos níveis à alcançar, temos que preencher nossos níveis de felicidade, endorfina, e para isso inevitavelmente temos que optar por relacionamentos, esportes ou drogas. 



P.S.: Não pude deixar de notar, essa postagem é a de numero 101, seria esse o início de um novo "período literário"?