O jovem cavaleiro do manto azul não lhe era nada, um estranho qualquer vindo do Vale de Arryn, cujo nome esquecera assim que o ouvira. E agora o mundo também esqueceria seu nome, concluiu; não haveria canções em sua honra. Era triste.
Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos
Não somos nada, não significamos nada. E depois de nossa
morte? Passaram-se os tempos dos guerreiros, o que fazer para que a vida (ou a
morte) tenha sentido? A solução seria ganhar o prêmio Nobel? Bater um record no
guinness? Quem sabe seja por isso que escreva, por que, no final das contas,
quando eu morrer algum dia alguém poderá ler um texto meu e eu simplesmente “voltarei
à vida” por alguns minutos. Vou voltar a ser alguém, voltar a fazer, por menor
que seja, alguma diferença.
Raramente fazemos a diferença, na maioria das vezes apenas
existimos. Existir e viver. Às vezes confesso que existo, e nada mais.
Todos temos dias que nos lembramos em especial, temos vários
desses momentos guardados na memória, nem sempre são apenas bons momentos, mas
pelo menos estávamos vivendo! Nunca lembraremos do dia em que passamos
vasculhando perfis de facebooks alheios, nunca lembraremos do dia em que fomos
ao trabalho pelo caminho de sempre, fizemos o de sempre, almoçamos o de sempre
e voltamos como sempre. Vida precisa é de emoção.
Quem sabe não seja uma grande emoção para muitos, mas eu me
lembro do primeiro dia em que comi sushi. Lembro-me também do dia que entrei em
um parque abandonado. E, como se fosse hoje, recordo da emoção de pescar meu
primeiro peixe sozinha. Lembro também quando parei com uma pessoa especial em
frente a uma casa que sempre passamos, mas, pela primeira vez reparamos sua
beleza.
Não temos que fazer algo novo todos os dias para vivermos,
temos apenas que reparar, tirar o coração da caixinha que o enfiamos e começar
a enxergar com ele, afinal, podem não escrever canções sobre mim quando eu for,
mas, puxa vida, eu vivi!
E quando ao cavaleiro do manto azul? E quanto a você?