Presa na
imensa rede de estagnação. A vida não avança enquanto corre. Não há tempo, o
matamos e como no conto de Alice e este ofendido para de passar, enquanto ainda
corre, para de mudar e evoluir e nos prende a um chá da tarde sem fim. Chá
agora solitário, compartilhado com desconhecidos, levando a uma loucura mais
enfadonha e depressiva do que a loucura da lebre de março.
São
interessantes as teias que prendem os integrantes desse chá, são loucos, mas
loucos por ficarem presos ou presos no infinito chá por serem loucos? Acreditam no cárcere ou estão
preso?
Provavelmente
o melhor jeito de mante-los assim é continuar fornecendo chá e biscoitos e
questões sem importância, “por que um corvo se parece com uma escrivaninha?”.
Encho o
texto de duplos sentidos que convido ao bom leitor refletir. Feitas as
considerações, convido a continuar.
Muito
falamos sobre nosso cárcere, embora pouco possamos dizer sobre onde estão as
grades. Penso ter vislumbrado uma das paredes, seria a estagnação? As outras paredes aparecem como um
borrão, acompanhadas de uma ideia vaga do que sejam, mas esta me parece reconhecível.
Estas
grades da estagnação são compostas de diversas hastes de metal, que posso
nomear (corretamente ou não), são eles a rotina, a informação distorcida, o
excesso de informações desnecessárias, os passatempos convidativos/viciantes/inúteis, a educação desprovida de bases filosóficas
e morais adequadas (sem sentido), o sentimento de exclusão e injustiça somado a ideia irreversibilidade, a
falta de fé e espiritualidade (não apenas religiosa, mas moral e política),
etc.
E eu digo,
AGRADEÇAM POR SEREM BRASILEIROS! Não é em todo lugar que as grades ficam tão visíveis
quanto aqui para seu próprio povo, até eu pareço reconhecer as grades, estão escancaradas
em nossas caras, que gentilmente sempre são viradas para o outro lado.
E que eu posso dizer, se após fazer a critica
me dou uma pausa para jogar no celular? Posso apenas pedir ajuda, após oferecer essa
singela porem bastante considerada e reconsiderada critica, pedir que não siga
o conceito bastante utilizado pela TV de jogar uma noticia em cima de outra,
sem dando ao telespectador oportunidade para refletir, pois essa pausa parece
despertar um efeito aterrorizante no poder governante, se hoje pensamos, o que
poderemos ser capazes de fazer amanhã? (e estes governantes estão tão presos quanto nos,
o que muda é o conforto da cela, assunto futuro).