terça-feira, 15 de março de 2011

Sorvete Colorê

Quero ser livre, mas não sei se é possível ser livre de si mesma. Abandonar todos os pensamentos e lembranças e correr para longe, onde não sentirei mais nada. Mas que masoquismo o meu, devo admitir que gosto de sentir. Lembro-me que sentir é o que nos torna humanos, mas... Às vezes seria ótimo se as borboletas não pousassem no meu estomago ou se você não fosse sempre a ultima coisa que penso antes de dormir.
Quando amo, sinto-me insegura, quando não amo, penso, “mas afinal, o que há de errado comigo?”. Sou um ser humano, repito, e repito mais uma vez mentalmente para mim mesma, mesmo que eu não queira, mesmo que me doa, sou humana. E a humana aqui sente demais, devo informar que não estou morrendo de amores, mas que, algo esta ai, e aquele coração? Aquele que disse que perdi? Encontrou você e pegou carona junto a ti para voltar a pulsar em meu peito, ainda um tanto quando desnorteado e confuso, ele se pergunta o que sentir, e todo o resto se cala, ninguém quer dar opinião, por que desta vez não é tão simples, não é tão obvio. Então diante do silencio, meu coração sente a pressão de escolher a coisa certa, e diante do “uni-duni-tê” em que se encontra, quem sabe eu ame você.

E mesmo tendo guardado isso algum tempo no fundo de uma gaveta, o coração continuou calado, as perguntas continuam em aberto, mas sinto que já estou naquela parte da música em que “o escolhido foi você”.

sábado, 12 de março de 2011

Obsessão compulsiva

Há pessoas que se apegam demais a coisas desnecessárias, ficando presas a elas. Pessoas cujas coisas sem a menor importância se tornam indispensáveis, desde revistas velhas que nunca mais serão lidas, roupas que muitas vezes nem servem mais, objetos sem a mínima utilidade que ficam “presos” a elas.
Minha obsessão não é superficial, não é nada que eu possa ver, nada que eu possa simplesmente jogar fora, são lembranças. Elas se escondem em minha mente, se tornando parte dela, se aderem ao meu cérebro e fazem com que a simples idéia do que é útil ou inútil não passe de uma duvida remota.
E dentro deste caos mental, nem mesmo a realidade fica impune, tudo é questionável, tudo pode não ter passado de um devaneio que brinca com minha mente, me fazendo acreditar que foi verdade.
Paro em frente ao espelho, vejo muito mais que eu mesma, olho para dentro, dentro de meus olhos, do olhar que me fita de dentro do espelho, olhar que nem mesmo meu parece ser. Continuo a olhar o que penso ser eu mesma, me perguntando o que me resta fazer, ponho a mão em frente ao rosto do espelho, que faz o mesmo, parecendo que estamos tocando as mãos um do outro.
Parada em frente ao espelho, recusando a imagem que me reflete, penso no que posso realmente ser. Todo o ser humano, por natureza, enche a boca para falar dos outros, mas o que falar de si mesmo? Ecoando em meus tímpanos estão as perguntas já feitas, vibrando em minhas cordas vocais estão todas as respostas possíveis enquanto minha mente elétrica e inquieta procura a resposta certa, enquanto aquilo que as pessoas chamam de coração sabe que não existe "resposta certa".
Mas minha mente atônita continua a buscar a resposta, continua a mentir para si mesma que a vida tem uma solução correta, como se tudo fosse se resolver na simples decisão da coisa certa. Iludo-me pensando que haverá saída, me recusando a pensar que qualquer resposta pode me fazer sofrer, inclusive aquela que meu cérebro chama de certa.
A pessoa do espelho continua a encostar em minha mão, cada qual em sua realidade, ambas mudas e cheias de perguntas (ou seriam respostas?). Tirando a mão que pus sobre o meu rosto que pertence ao reflexo, arrisco-me a mais uma olhada para o outro lado, aquele ser humano antes desconhecido parece agora ser um pouco eu mesma, volto a reconhecer aqueles olhos agitados, aquelas pupilas dilatadas. Pouco a pouco eu e o espelho voltamos a ser velhos confidentes, as únicas testemunhas que realmente sabem o que se passa em uma vida.
Olho para dentro de mim mesma e percebo que todas aquelas lembranças aparentemente não se encontram mais lá. Eu sei que na verdade continuam vivas, continuam presentes, mas consegui por hora doma-las e prende-las em jaulas que sei que não vai agüentar por muito tempo, consigo prender lembranças, o problema é que não consigo jogá-las fora, nem mesmo perde-las em algum beco qualquer. Elas sempre estarão lá, muitas vezes me levando de volta a momentos que nunca vivi, que não passaram de devaneios muito bem pensados em minha mente, onde a realidade explode em frente aos meus olhos monstando apenas lugares onde o sol ilumina dias perfeitos e o vento tocando em meu rosto é alguém que eu amo, onde nem mesmo a chuvas e as tempestades são momentos sós, são apenas outro cenário, são apenas outro devaneio.
E, pela ultima vez, olho para o espelho, olho para o reflexo, que desta vez encontra-se sorrindo, percebo a mim mesma num sorriso e percebo que meu reflexo mudo será sempre aquele que saberá todos os meus segredos, o meu reflexo que talvez não seja nada mais do que eu mesma sempre me pareceu saber muito mais do que eu mesma jamais saberei, e percebo que ele esteve sempre ao meu lado, sempre dividindo as mesmas emoções que eu mesma sentia, chorando quando eu chorava e rindo quando eu ria, mesmo que as pessoas digam que não há mais nada que se possa esperar da sua figura refletida, algo faz com que eu veja que não é tanto no reflexo que confio, mas sim naquilo que esta do outro lado, não é como uma das viagens de Alice ao outro lado do espelho, é perceber que, no lado da realidade, devo confiar mais em mim mesma, tanto eu quanto meu reflexo rimos, voltei a confiar naquela figura, voltei a confiar em mim mesma.

sábado, 5 de março de 2011

Dane-se

Cansei, se é pra tudo dar errado, que dê, não quero mais brincar com o destino, com a sorte ou qualquer baboseira do gênero.
Daí penso, “ele não vai desistir de mim...”, mas “Se liga, se você pudesse você desistiria de si mesma, porque ele não?”.
No fim das contas, quero que o mundo acabe, mas sei que 2012 não é o fim, e minhas esperanças acabam.
E ai esta você, lendo e provavelmente não entendendo bulhufas do que falo, mas por hora não é isso que importa. Por hora eu nem sei mais o que importa!
E aquelas onomatopéias que costumam sair da minha boca em momentos de raiva continuam, um instinto psicopata que tento matar a tempos começa a tomar conta. A vontade que me dá é pegar uma faca e virar serial killer, mas acho melhor enterrar novamente essa raiva latente, fiquemos só com a raiva momentânea.
Mas a raiva momentânea também é grande e, quando tento me acalmar, algo em mim não quer ouvir, não quer se acalmar, quer apenas soltar um berro, bater em algo e todo o clichê que se sente quando se tem raiva.
É aquela raiva que faz sua respiração acelerar, faz com que você exerça uma força gigantesca no maxilar e nos punhos, como se isso a fizesse diminuir, mas sabemos que a raiva só terá a aumentar.
E sinto medo de dormir, de que toda a raiva se vá, não sinto sono, não sinto fome, só sinto a tão falada aqui, raiva.
Nessas horas, nem sei mais o que escrevo, pergunto-me se estou sendo repetitiva, monótona, mas cá entre nos, não são tantas pessoas que lêem regularmente, e se você que esta lendo não gostou, vá até o histórico e escolha um texto ao acaso e divirta-se, só quero transpassar para o papel um pouco do que sinto na carne.
“Drama, drama, drama. Que dramatização horrível você fez desta vez?” “É apenas o que sinto...” “E você acha que alguém quer saber? Nem eu, que sou você mesma, quer continuar a ler essa novelinha sem importância...” “Novela sem importância? É disso que você chama o próprio coração?” “Ah, agora tem a ver com o coração, antes você não sabia, viu como uma decepção resolve?”.
E eu perco na discussão contra mim mesma, novamente.

quinta-feira, 3 de março de 2011

You say you want a revolution well you know...

Nossa geração esta um pouquinho “habituada” demais para o meu gosto, tudo bem se os preços forem exorbitantes, tudo bem se é um monopólio, mas você realmente acha que esta tudo bem?
Não vamos virar carros, não vamos fazer placas de protesto, não vamos gritar nossas idéias, vamos simplesmente ficar um dia sem comprar nada do bar da escola e ver o que acontece.
É tão simples que chega a ser estúpido, é algo banal, só falar pra todos seus amigos que dirão aos seus amigos que dirão aos amigos deles que, sexta-feira, dia 18/03, não iremos comprar nada no bar da escola em forma de protesto. É simples!
Não vou obrigar ninguém a ficar com fome, a idéia não é impor idéias aqui, só tenho uma idéia a qual todos que concordam podem seguir para a busca de um bem comum, e, pelo que vi até agora, todos concordam que já está mais do que na hora de tomar alguma providencia sobre isso.

Então, dia 18/03/2011, todos que concordam não comprarão lanche no bar. Obrigado.

terça-feira, 1 de março de 2011

Até parece...

Você provavelmente já fez parte de um joguinho, provavelmente também já o jogou, usando de todas as estratégias existentes para “conquistar” alguém que você já gostou.
Esses jogos me cansam. Se você quer estar com alguém que goste de você não seria mais fácil simplesmente pular essa parte e ir até a parte em que alguém tem que ter coragem de revelar a paixão?
Fingimos que não queremos pegar a pessoa de surpresa, bla bla blá... No fim das contas só estamos com medo de quebrar a cara (e o coração) de novo.
Relacionamentos são algo complexo na qual nunca vou entender, pelo menos não o lado certo... Não consigo ver aquilo que para muitos é lógico por que, afinal, Meu Deus! Amor não é pra ser lógico, se fosse, eu já teria estudado todas as teorias e seria feliz para sempre.
Até parece...
E então, num daqueles inúmeros diálogos comigo mesma, tendo sempre as mesmas perguntas em mente, pergunto tenebrosa quase que num sussurro “Coração?”, não há resposta, não o chamo novamente, se não me ouviu está longe, e quanto mais longe melhor. Mas ele pulsa em resposta, como se dissesse “Estou aqui, vou lhe poupar um pouco que dor, mas saiba que quem tem o controle aqui sou eu”.
Minha cabeça se decepciona enquanto orgulhoso meu coração pulsa em meu peito, mando ambos embora, ou pelo menos finjo que não então ai, tento por um segundo não pensar, não sentir mas até parece que algum deles vai me deixar em paz...